Desde antes de me conhecer por gente, temos animais em casa. Sempre tivemos gatos e cachorros, mas minha preferência sempre foi pelos felinos. Atualmente, temos apenas esta gatinha branca com manchas acastanhadas da foto. Seu nome é Cacilda, Cida para os íntimos.
Ela morava numa casa que fica numa rua próxima à nossa. Só que lá vivem outros gatos que a incomodavam, e gato gosta de paz e de respeito. O que aconteceu? Os animais tem um feeling pra descobrir bons donos em potencial. Em 2004, ela começou a aparecer no nosso pátio; devia ter uns dois anos de idade. Nessa época, estávamos sem animais. Meu pai gostou de cara da gatinha, e passou a colocar comida e água pra ela. Minha mãe não gostou muito a princípio, pois percebeu que o pai estava se apegando à bichana, e não queria mais animais. Realmente, ter animais dá um certo trabalho e exige certos cuidados. E a Cida foi se chegando. A dona percebeu que a gata não estava se acertando com os outros gatos. Essa vizinha já não era sua primeira dona, pois a Cida também apareceu na casa dela e foi ficando. Percebendo que a gatinha gostara de nós, nossa vizinha e o pai trataram que a Cida passaria a ser nosso animal de estimação. E está conosco até hoje feliz da vida!
No início, estranhamos um pouco a bichana. Os gatos que tivemos eram mansos, calmos e gostavam de colo. Até porque tinham sido criados por nós desde o nascimento, e eram tratados com carinho. Já a Cida era meio arredia, tinha um medo danado de jornal e de vassoura, e não entrava nos quartos nem pra espiar. Até hoje, ela não gosta que a peguem no colo; isso, ela não perdeu. A única que se atreve a tal façanha é minha cunhada. Mas sabe aquele desenho animado onde tem a gatinha que foge dos braços do Pepe Le Gambá feito o diabo da cruz? Esse desenho aqui:
Pois é, assim é a Cida com colo. Por tudo isso, deduzimos que ela não fora lá muito bem tratada durante seus anos de vida severina. Aos poucos, ela percebeu que nós não representávamos nenhuma ameaça, e foi se acostumando e amansando. Hoje, a gente lê jornal do lado dela; quando estou varrendo a casa, quase que varro ela junto! Perdeu o medo completamente! Mas não perdeu o medo do caminhão do lixo. Quando esse vem passando e ela está na janela, corre pra dentro de orelha em pé!
Eu disse que prefiro gatos a cachorros. Sabe por quê? Por causa da personalidade deles, que acho muito interessante. Os gatos não aturam maus tratos. Quando são mal tratados, eles fogem e procuram um lar. Não é que eles não tenham sentimentos, muito pelo contrário. O negócio é que os felinos se dão valor, gostam de viver em paz e de serem respeitados. E se apegam somente a quem mereça seu carinho e consideração. Os cachorros já não são assim, pelo menos a maioria, não. Existem donos que batem nos cachorros, os alimentam mal e, mesmo assim, os totós abanam o rabinho, fazem festinha e continuam morando com seus vilões. Da mesma forma que os cães, infelizmente, tem gente com espírito de cachorro...
E não poderia deixar de falar da elegância dos movimentos dos gatos. Eles têm o caminhar de seus primos da selva, só que não matam nem devoram os seres humanos quando estão com fome. Às vezes, eles se excedem nas brincadeiras, e podem arranhar seus donos sem querer. Lembre que eles são felinos. Têm gatos que nem quando bravos arranham e mordem; outros, já podem ter essa reação. Tudo depende do temperamento e da criação que o animal recebeu. Cabe às pessoas o bom senso. Os gatos dão sinais quando não estão gostando das brincadeiras. Eles olham pra gente com um olhar "bad cat", abaixam as orelhas, fazem movimentos com o rabo e até rosnam se necessário. Tudo pra evitar confronto. Mas tem gente que não entende a linguagem dos gatos, e acaba levando unhaço e mordida. Bem feito! ;-P
Agora, quando eles ronronam e se esfregam nas pernas da gente, estão dizendo que querem carinho e atenção. Os gatos sabem exigir os seus direitos! Por tudo isso e muito mais que não escrevi, viva os gatos, e viva a Cida!
