Por: Abraham Shapiro
A funcionária me abordou dizendo:
- “Eu sei que a minha nova gerente não gosta de mim”.
E eu respondi:
- “Você nem a conhece. Como pode saber?”.
É difícil para qualquer indivíduo encarar seu “lado obscuro”. E todos
nós temos um. Você também. É aquela área interna onde reside o modo de
ser e de reagir que não nos agrada. Por isso nós o negamos ou o
escondemos dos outros... e até de nós mesmos.
Quando nos deparamos com alguém que se parece conosco, sentimos um
súbito desconforto. Começa com a sensação de ameaça. Então, tendemos a
rejeitá-lo. Depois, vem o medo e a perda da espontaneidade porque fazemos
tudo para não sermos revelados, julgados e criticados.
E o momento seguinte? Nós o julgamos e o criticamos. Fizemos contra ele o que pensamos ter ele feito contra nós. Algo como:
- “Ele é a minha cara. E eu não gosto de ninguém que se pareça comigo”.
Já passou por isso? Se você disser que não, é mentira. Apenas não tem
consciência. Deseja superar? Vamos a uma receita prática e eficaz.
Primeiro: observe o que foi que você mais detestou nessa pessoa.
Segundo: vasculhe em si até descobrir que você também possui aquela característica.
Terceiro: trabalhe para transformar esse atributo negativo em
positivo. Ao conseguir, você verá que o ‘jeito dele ser’ já não o
incomoda tanto.
"Antipatia gratuita" ou "repulsão entre pessoas semelhantes" é, no
fim das contas, uma excelente oportunidade de auto aperfeiçoamento.
No dia em que você for capaz de dizer: - “Este fulano é a minha cara e
por isso não gostei dele”, então você estará maduro para ser seu colega
de trabalho ou talvez até um grande amigo dele.
O mais importante, contudo, é você sair disso melhor do que entrou.