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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Mecanismos de defesa da mente





A mente humana é bastante complexa. A Psicologia pouco conhece ainda sobre esse órgão tão importante. Dentre tantos aspectos estudados, um deles são os mecanismos de defesa da psique. Talvez você já tenha ouvido coisas do tipo: "Minha raiva era tanta naquele momento que procurei sublimar pra não estourar!", ou "Fulano está se projetando em Beltrano.", ou ainda: "Ela cozinha bem, mas podia ter temperado melhor. Sabe, uma vez eu preparei esse prato pra receber alguns parentes e..." Todas as pessoas fazem, ou já fizeram, uso de algum(ns) desses mecanismos. Bem, vamos a eles:


Os mecanismos de defesa podem ser considerados as ações psicológicas que têm por finalidade reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo a integridade do Ego, pois o indivíduo não consegue lidar com situações que por algum motivo considere ameaçadoras. São processos subconscientes ou mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência. A base dos mecanismos de defesa são as angústias. Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os mecanismos de defesa ficam ativados. Os mecanismos de defesa mais importantes são:
 
Negação: “Este problema não é meu!” “Isto não acontece comigo!” Mesmo que evidente, o adolescente não percebe o que está acontecendo e funciona cegamente em relação a este mecanismo. Quando um paciente recebe a informação de que ele é soropositivo para o HIV, poderá entrar na fase da negação dizendo o seguinte: “Dr, esse exame que o senhor fez não é meu.” ou “Esse exame está enganado, eu não sinto nada.”

Racionalização: “Estou assim pelas dificuldades financeiras.” “Não dá, está difícil”. "Cheguei atrasado por conta do pneu ter furado!" As razões estão em função das suas justificativas para a manutenção do problema. Nesse mecanismo de defesa, a inteligência é super utilizada para tornar plausível a desculpa encontrada.
Intelectualização: “Eu sei, eu já li tudo isso! Não é bem assim, tem muita discussão nova!”

Projeção: “Estou assim por causa de minha família.” “Qual é? Eu não tenho ninguém!” Aqui, vemos os seus conflitos e reflexões sendo colocados nos outros. Outro exemplo de projeção é quando a pessoa fala: “todo mundo só pensa naquilo”.  Na verdade, ela vê nos outros características, sentimentos ou idéias dela. Pesquisas recentes comprovam que pessoas que são homofóbicas possuem certas características homossexuais, mas não reconhecem ou não aceitam. Sendo assim, elas fazem uma projeção.

Sublimação: é o processo de deslocamento que os indivíduos utilizam para desviar idéias que os perturbam. Caracteriza-se por apresentar uma inibição do objeto e uma dessexualização. É responsável pela civilização, já que é resultante de pulsões subjacentes que encontram vias aceitáveis para o que é reprimido.

Introjecção: Mecanismo de defesa quase que oposto à projeção. Trata-se de aceitar os conteúdos projetados como se fossem verdade do ego. Tudo que agrada é introjetado. Percebendo este fato, o ego aprende a usar a introjeção para fins hostis como executora de impulsos destrutivos, e também como modelo de um mecanismo definido de defesa. Na depressão, pode-se notar o quanto a pessoa faz e fez uso da introjeção.

Identificação: É o processo psíquico por meio do qual um indivíduo assimila um aspecto, uma característica de outro, e se transforma, total ou parcialmente, apresentando-se conforme o modelo desse outro.

Formação Reativa: consiste em ostentar um procedimento e externar sentimentos opostos aos impulsos verdadeiros, quando estes são inconfessáveis. Uma reação contra ele próprio. Processo psíquico, por meio do qual um impulso indesejável é mantido inconsciente, por conta de uma forte adesão ao seu contrário. Exemplo: ser super bem tratado na casa da namorada pela mãe dela, mas sentir que a futura “sogra” detestou a visita.

Isolamento: consiste em isolar um comportamento ou um pensamento de tal maneira que as suas ligações com os outros pensamentos, ou com o auto-conhecimento, ficam absolutamente interrompidas. Uma supressão da possibilidade de contato, um meio de subtrrair uma coisa ao contato. Ruptura das conexões associativas de um pensamento ou de uma ação, especialmente com o que os precede e os segue no tempo.

Anulação: ações que contestam ou desfazem um dano que o indivíduo imagina que pode ser causado por seus desejos.

Deslocamento: consiste em transferir as características ou atributos de um determinado objeto para outro objeto. Exemplo: receber uma bronca do chefe e, assim que chegar em casa, chutar o cachorro como se ele fosse o responsável pela frustração.

Idealização: consiste em atribuir a outro indivíduo qualidades de perfeição, vendo o outro de modo ideal.
Conversão: consiste em uma transposição de um conflito psíquico e uma tentativa de resolução desse conflito por meio de expressões somáticas.

Regressão: é o retorno do indivíduo a níveis anteriores do desenvolvimento sempre que se depara com uma frustração. Uma sucessão genética e designa o retorno do sujeito a etapas ultrapassadas do seu desenvolvimento. Por exemplo, o choro das pessoas em certas situações pode ser uma regressão à infância que pode ter tido aquela situação em que o choro “resolveu” o “problema”.  Então, a pessoa, inconscientemente, usa aquele mesmo “método” para “resolver” aquela situação.

Repressão: que é afastar ou recalcar da consciência um afeto, uma idéia ou apelo do instinto. Um acontecimento que por algum motivo envergonha uma pessoa pode ser completamente esquecido e se tornar não evocável. Operação psíquica que pretende fazer desaparecer, da consciência, impulsos ameaçadores, sentimentos, desejos, ou seja, conteúdos desagradáveis, ou inoportunos.

Substituição: o inconsciente oferece à consciência um substituto aceitável por ela e por meio do qual ela pode satisfazer o Id ou o Superego. É a satisfação imaginária do desejo. Processo pelo qual um objeto valorizado emocionalmente, mas que não pode ser possuído, é inconscientemente substituído por outro, que geralmente se assemelha ao proibido. É uma forma de deslocamento. Um exemplo é o bebê chupar o dedo ou a chupeta para sentir o prazer como se estivesse no seio da mãe.

Fantasia: é um processo psíquico em que o indivíduo concebe uma situação em sua mente, que satisfaz uma necessidade ou desejo, que não pode ser, na vida real, satisfeito. Exemplo: Um homossexual que precisa manter o casamento e que, quando procurado pela esposa para o sexo, ele fantasia que está tendo relações homo e não hetero durante o ato. Fantasiar pode ajudar em certos conflitos psicológicos mas não “resolve” o conflito. Certas pessoas podem passar a vida inteira fantasiando. Mas quando caem na realidade, volta todo o conflito novamente.

Compensação: é o processo psíquico em que o indivíduo se compensa por alguma deficiência, pela imagem que tem de si próprio, por meio de um outro aspecto que o caracterize, que ele, então, passa a considerar como um trunfo.

Expiação: é o processo psíquico em que o indivíduo quer pagar pelo seu erro imediatamente.
Resistências: é o processo de resistências ao trabalho terapêutico, no qual o paciente tenta manter no inconsciente os acontecimentos esquecidos.

Transferência: representa o motor da cura e pode ser vista como, a repetição, face ao analista, de atitudes emocionais, inconscientes, amigáveis, hostis ou ambivalentes, que o paciente estabeleceu na sua infância no contacto com os pais e com as pessoas que o rodeiam. Um exemplo pode ser a menina que não teve pai é muito apegada ao namorado fazendo então uma tranferência passando todo os sentimentos e ações para o namorado como se fosse um pai.

Contratransferência: trata-se de uma resposta do analista à transferência do paciente, mas que designa também, de forma mais geral, o conjunto das reacções inconscientes do analista perante o paciente.

Recalque: exclusão de idéias, sentimentos e desejos que o indivíduo não quisera admitir e que no entanto continua a fazer parte da vida psíquica. Certos traumas e conflitos não resolvidos são recalcados e se não forem resolvidos podem se tornarem em neurose, psicose, psiconeurose, doenças psicossomáticas.


Fonte:  http://www.medicinageriatrica.com.br/2008/08/17/psicologia-mecanismo-de-defesa/ 
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