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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A lógica que deve nortear nossa vida

 Por Vanessa Lampert

Estava me lembrando de algo que descobri em uma entrevista que fiz com a D. Ester, acho que em 2013. Você não faz ideia do quanto eu cresci como pessoa e na fé nas poucas oportunidades que tive de entrevistá-la e de trabalhar com ela. O modo de ela pensar é extraordinário! Ela fala pouco e eu precisava entender seu padrão de pensamento para conseguir escrever sobre ela, então fazia perguntas para saber seu modo de pensar, de enxergar e de reagir às situações. Suas respostas envolviam sempre algo lógico, simples, direto e baseado na Palavra de Deus. Foi com ela que aprendi as coisas mais importantes que aplico e ensino até hoje. 

Um dia, mencionou que uma esposa de pastor lhe havia dito que teve vergonha de contar uma determinada coisa porque achou que a D. Ester iria pensar mal dela. Não me lembro dos detalhes, mas foi mais ou menos isso, a mulher achou que a D. Ester pensaria mal dela se ouvisse o que ela tinha a dizer. Imediatamente, a D. Ester respondeu, com uma dúvida sincera: “mas por que você pensou mal de mim desse jeito?”. 

A moça deve ter levado um susto, porque na cabeça dela (e na minha) ela não estava pensando mal da D. Ester, ela estava, por insegurança, achando que a D. Ester estava pensando mal dela. Mas vamos usar a lógica simples: se você acha que a pessoa está pensando mal de você… que tipo de pessoa você está dizendo que ela é? Gente, diante de Deus, eu NUNCA tinha pensado na coisa por esse lado, e acho que a moça também não, mas é verdade! Quando você acha que a outra pessoa está pensando mal de você, a única certeza que você pode ter é que você está pensando mal dela! 

E essa é exatamente a mesma lógica simples, clara, pura e objetiva que Deus usa na Palavra dEle. Veja o livro de Malaquias, por exemplo. Como expliquei no texto sobre ofertas, ali Deus descreve como as ações dos sacerdotes chegam até Ele. As ações deles, traduzidas em palavras, dizem algo bem diferente do que eles achavam que estavam dizendo. Por exemplo:

“O filho honra o pai, e o servo o seu senhor; se Eu sou pai, onde está a Minha honra? E, se Eu sou senhor, onde está o temor para Comigo? diz o Senhor dos Exércitos a vós, ó sacerdotes, que desprezais o Meu nome. E vós dizeis: Em que nós temos desprezado o Teu nome? Ofereceis sobre o Meu altar pão imundo, e dizeis: Em que Te havemos profanado? Nisto que dizeis: A mesa do Senhor é desprezível.”

Malaquias 1.6-7

Eles não estavam dizendo “a mesa do Senhor é desprezível” com os lábios e nem em pensamentos. Eles estavam dizendo isso com a atitude de oferecer pão imundo, animal defeituoso, ofertando a Deus o pior, o feito de qualquer jeito. Mas Deus recebia aquela atitude como palavras. E é assim que Deus nos lê. 

O que eu estava dizendo sobre Deus com a minha atitude quando duvidava que Ele me aceitaria, sendo que Ele já disse que aceita quem se aproxima dEle com sinceridade? O que eu estava dizendo sobre o caráter de Deus quando pensava que talvez Ele não me curasse (achando que estava crendo, mas obviamente duvidando), se Ele diz que cura aqueles que manifestam a fé? Por causa da minha insegurança, não faz sentido ofender alguém de quem eu gosto e em quem confio. Se eu confio, por que desconfio? 

É aquele velho problema de não pensar no porquê a gente faz as coisas que faz. 

Deus fala na Palavra dEle sobre quem Ele é: justo, compassivo, grande em misericórdia, que não mente, não se arrepende de Suas promessas, mas se arrepende do mal e é tardio em Se irar e pronto a perdoar. É assim que Ele é. Puro, benigno, paciente, verdadeiro, poderoso, respeitador, não brinca de marionetes, tem bons olhos, é manso e humilde de coração e espera sempre o bem dos outros. É a partir dessa lista de características que temos que avaliar nossos pensamentos a respeito dEle. 

E parar de focar em nosso umbigo, assim evitamos nos perder em conjecturas sobre o que os outros estão pensando de NÓS e passamos a pensar em como nós estamos pensando dos outros. Pensar em fazer o melhor pelos outros, dar a eles em nossos pensamentos a benignidade que gostaríamos de receber. Inclusive — e principalmente — quando esse “outro” é Deus. Se queremos ser aceitos na casa dEle (não somente no templo físico, aqui neste mundo, mas, principalmente, na Eternidade) temos que nos desprender dessas picuinhazinhas e bobagenzinhas a que dávamos tanto valor lá no mundo. “Fulano vai pensar mal de mim”, “Mariazinha deve estar falando mal de mim”, “Acho que a Joaninha não gosta de mim”, mim, mim, mim…

Todas as pessoas são complexas, mas quanto mais o tempo passa, mais procuro simplificar minhas características básicas, tirando os “excessos” adquiridos com o tempo, as inseguranças e mecanismos de defesa. Porque Deus é simples. Ele se define como “Eu sou o que sou”. Não é uma coisa fingindo ser outra. Ele é o que é. Seu sim é sim, seu não é não. Ele é o que Ele diz que é e não é nada que Ele não tenha dito que é. E os filhos dEle se parecem com Ele. Por isso, não tenha medo de entregar para Ele tudo o que você é, seu jeito, suas opiniões, suas “certezas”, o que você acha que é sua “identidade”, e todos excessos que talvez você nem perceba que não são originalmente seus. Excessos, inseguranças, maus olhos, tudo isso é comidinha de gremlin. Tire de cima de você todas essas cargas que a vida, o mundo e os gremlins colocaram ao longo dos anos. Aceite a limpeza que Ele se propõe a fazer.


PS. Depois fui remanejada para outros projetos e acabamos não dando continuidade àquele que eu estava fazendo com a D. Ester, mas no Reino de Deus nada é em vão.

PS2. É essa lógica simples e clara da Palavra de Deus que norteia a fé inteligente.

PS3. Já percebeu que a resposta a qualquer “como” é sempre “sacrifício”, né?

 

Fonte: https://www.vanessalampert.com/a-logica-que-deve-nortear-nossa-vida/ 

 

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